Quarta-feira, treze de janeiro de 1971. Duas da manhã. Na porta da boate Flórida, Anderson aguarda Cleide sair de mais uma noite de trabalho duro. Dentro do fusca 69, ele olha o relógio de cinco em cinco minutos, e acende um cigarro após outro. Quatro da manhã. Cleide bate no vidro e acorda Anderson que, vencido pelo cansaço, dormia no desconfortável banco do carro. Seis da manhã. Cleide e Anderson estão deitados na cama da quitinete em que o rapaz alugara para sexo sem compromisso. Ela tenta abraçá-lo, ele a afasta. – Que foi amor? Não gostou? Anderson senta-se dando de costas para Cleide e acende um cigarro. A moça o beija no ombro. Ele se afasta ainda mais. – O que está acontecendo, Anderson? – Acho melhor a gente dar um tempo. – Como assim? – Minha noiva está desconfiada, eu não quero arriscar meu noivado por bobagem. – Bobagem? Então agora sou uma bobagem? ...